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Dois grandes dragões alados vigiam os portões de horm maciço. A entrada está ali, na passagem de muitos mas poucos a vêem, convido-os a entrar. Cruzem os portões e caiam no meu mundo.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

One Day, One Room


Eu terminei ontem uma das melhores séries de todos os tempos, se não a melhor e agora minha vida perdeu o sentido - não literalmente, claro. Me disseram que foi porque eu vi rápido demais mas acho que foi o contrario, acho que vi rápido demais porque me envolvi demais, porque já era um caminho sem volta, quando eu já estava vendo rápido eu já sabia que seria assim quando acabasse, porque já sabia que estava envolvida o bastante. Eu comecei a ver por acaso. Ok, não foi realmente por acaso, mas um acaso do calendário deu uma forcinha para o momento. Eu fatalmente sofreria com isso um dia porque era parte dos meus planos mas então o destino colocou a série na lista de títulos que sairiam do Netflix em setembro, especificamente dia 20, eu escutei a voz do Jigsaw no fundo da minha mente dizendo "vamos jogar um jogo" e outra voz respondeu "desafio aceito". Eu realmente não achei que fosse dar tempo, mas mal percebi quando a amoralidade do mundo particular de House tomou conta de mim, eu mergulhei em sua mente e se tornou meu vicio. 

Primeiro era pelo quebra cabeça, depois pelas relações divertidas e as comédias do pano de fundo, então pelas complexidades de cada um, mas no fundo sempre foi pelo quebra cabeça - sobre entender como funciona cada um, um em especial. Sobre como se constrói sua própria moral cheia de suas próprias regras em seu próprio mundo sem ética, mas leal e transbordando de sentimentos que ninguém além dele próprio poderia entender. Sobre lidar com a dor física e emocional e ser forte por mais difícil que seja, sobre viver a vida antes que seja tarde demais mesmo que morrer seja mais fácil que viver porque todo mundo morre e nada muda isso, sobre encarar a verdade e as pequenas - e grandes - mentiras que contamos no dia a dia porque ninguém pode viver só de verdade. Sobre estar completamente com quem se está no momento presente.  

Entre quedas, shipps, risos e lágrimas, cada novo episódio te obriga a olhar para uma verdade inconveniente sobre si mesmo, te faz reavaliar algo sobre sua própria vida. A raiva por uma atitude ou um personagem incomodo é na verdade sobre você mesmo. House ajudou todos os seus funcionários a colocar sua vida em ordem, até seus chefes e com certeza seus fãs, ajudou todos que passaram por ele porque tudo o que ele disse poderia se aplicar a alguém e com certeza todo mundo o ouvia falando consigo em algum momento ou então se via nele.
Entrar em sua mente e compreende-lo é uma lição de vida e um caminho sem volta. As pessoas não mudam mas sempre podemos seguir em frente, não mudar não significa não aprender. 

Eu precisava de alguém para conversar, pra poder lidar com isso, poder lidar com a enxurrada de informações e sentimentos que seu universo trouxe, então nossas conversas se tornaram onde eu falava sobre o que precisava, assim conseguia continuar. Assim conseguia assimilar. Então eu terminei, meu jogo de brincar com comentários acabou e ansiedade dos últimos dias sonhando com os personagens também. Geralmente procuro algo idiota e banal para sair da fenda que entrei quando me sinto assim com algo, mas não consegui, Gregory House merecia mais. Não consegui entrar em outra coisa sem sentido, fui atrás de um texto que meu amigo - que me aguentou durante meu mergulho nesse mundo - havia escrito e a ironia é que eu já havia lido há três anos.
Antes de reler eu precisava lidar com isso.

https://www.youtube.com/watch?v=BkS8sd8paBk

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